Estratificação social: tipos, teorias e aplicações no ENEM

A estratificação social é um tema fundamental para compreender as desigualdades em nossa sociedade, e é frequentemente abordado nas questões de sociologia no ENEM. 

Esse conceito descreve como a sociedade se divide em diferentes camadas ou estratos, que variam de acordo com fatores como poder, riqueza, prestígio e acesso a recursos. 

Neste artigo, vamos entender o que é estratificação social, suas principais classificações, como o tema pode ser cobrado no ENEM e as teorias que explicam essas desigualdades, como as propostas por Durkheim, Marx e Weber.

O que é estratificação social?

A estratificação social refere-se ao processo de divisão da sociedade em grupos ou estratos distintos, que se diferenciam em termos de poder, recursos e prestígio. 

Essas camadas sociais são determinadas por fatores econômicos, políticos e culturais, e a mobilidade entre elas pode ser mais ou menos rígida dependendo da estrutura da sociedade.

Esse conceito ajuda a entender como as desigualdades são estruturadas dentro de uma sociedade, refletindo a distribuição desigual de bens, serviços e oportunidades. 

A estratificação social também pode ser influenciada por aspectos históricos e culturais, variando de uma sociedade para outra. Assim, o estudo desse fenômeno é essencial para compreender as dinâmicas sociais e suas implicações.

Como o tema da estratificação social pode ser cobrado no ENEM?

No ENEM, a estratificação social pode ser abordada em várias formas, tanto nas questões objetivas quanto na redação. 

Nas questões objetivas, o tema pode surgir com base em gráficos ou dados sobre desigualdade econômica, de educação ou saúde, permitindo ao candidato analisar as informações e entender como essas desigualdades afetam diferentes grupos sociais.

Além disso, o tema também pode ser explorado na redação, em que o candidato pode ser convidado a discutir as causas da estratificação social, suas consequências e possíveis soluções. 

Tópicos relacionados à estratificação social, como classe social e desigualdade, são comuns em discussões sobre políticas públicas e temas sociais, sendo temas recorrentes para a produção de textos argumentativos.

Quais são os tipos de estratificação social?

Existem várias formas de estratificação social, que refletem as diferentes maneiras como as sociedades organizam suas hierarquias. 

A seguir, vamos explorar três tipos principais: o sistema de castas, a escravidão e o capitalismo, explicando as características de cada um.

Sistema de Castas

O sistema de castas é uma forma rígida de estratificação social, presente principalmente na Índia. Nesse sistema, as pessoas são divididas em grupos hierárquicos fechados, com pouca ou nenhuma mobilidade entre as castas. 

A posição social é definida desde o nascimento e é determinada por fatores como religião e herança familiar. Nesse modelo, a desigualdade social é extrema, pois os membros das castas mais baixas têm acesso muito limitado a recursos e oportunidades.

Esse sistema de estratificação persiste em algumas formas, ainda que o sistema formal de castas tenha sido abolido, com a mobilidade entre as camadas sociais sendo praticamente inexistente. 

Embora a prática de discriminação por castas tenha sido banida, as diferenças ainda podem ser sentidas, especialmente em algumas áreas rurais.

Escravidão

A escravidão é uma forma de estratificação social extremamente desigual, em que uma parte da população é tratada como propriedade e privada de sua liberdade. 

Historicamente, a escravidão foi praticada em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, onde milhões de africanos foram forçados a trabalhar sob condições desumanas.

A escravidão não só aprofundou a desigualdade social, mas também teve efeitos duradouros na sociedade, deixando um legado de discriminação racial e desigualdade econômica que ainda persiste hoje. 

A abolição da escravidão no Brasil em 1888 não conseguiu eliminar as disparidades que ela gerou, e os descendentes de escravizados continuam a enfrentar desafios significativos para acessar educação e empregos de qualidade.

Capitalismo

No capitalismo, a estratificação social é determinada principalmente pela distribuição desigual da riqueza e do poder econômico. 

A sociedade é dividida entre a burguesia, que controla os meios de produção e as riquezas, e o proletariado, que depende da venda de sua força de trabalho para sobreviver. 

A desigualdade nesse sistema é dinâmica e, em muitos casos, reflete as desigualdades no acesso à educação, saúde e outros recursos essenciais.

A mobilidade social no capitalismo pode ser maior do que em sistemas como o das castas ou da escravidão, mas ainda assim existem grandes barreiras para os indivíduos de classes mais baixas, especialmente em termos de oportunidades educacionais e econômicas.

Estratificação social segundo Durkheim, Marx e Weber

A estratificação social também é abordada de diferentes maneiras por alguns dos maiores sociólogos da história, como Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber. 

Cada um desses teóricos tem uma perspectiva única sobre como as sociedades se estratificam e as consequências disso.

Durkheim

Durkheim via a estratificação social como uma parte essencial da coesão social. Para ele, a divisão do trabalho na sociedade gerava uma interdependência entre os grupos sociais, e a desigualdade era uma condição necessária para que cada grupo desempenhasse uma função específica. 

Ele acreditava que a estratificação ajudava a manter a ordem social, desde que houvesse uma solidariedade orgânica que conectasse os diferentes grupos.

Karl Marx

Marx tinha uma visão mais crítica da estratificação social, vendo a desigualdade como o resultado de um sistema econômico exploratório. 

Ele argumentava que a sociedade capitalista era dividida entre a burguesia e o proletariado, sendo que a primeira classe explorava a força de trabalho da segunda. 

Para Marx, a solução para a desigualdade era a revolução socialista, que derrubaria o capitalismo e estabeleceria uma sociedade sem classes.

Max Weber

Max Weber introduziu uma visão mais complexa da estratificação social, ao afirmar que ela não pode ser explicada apenas pela economia. Para Weber, a sociedade se estratificava em três dimensões: classe, status e poder. 

Ele argumentava que, além da distribuição econômica, o prestígio e a autoridade social também eram determinantes na hierarquia social. Assim, a estratificação social era mais fluida e multidimensional, variando conforme esses três fatores.

A estratificação social é um conceito essencial para entender as desigualdades em qualquer sociedade. Compreender seus tipos, causas e teorias é fundamental para o ENEM, onde o tema pode aparecer tanto em questões objetivas quanto na redação. 

As principais teorias sociológicas, como as de Durkheim, Marx e Weber, ajudam a explicar as formas de estratificação e seus efeitos sobre a sociedade.

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Coesão textual: tipos e como pode ser utilizado no ENEM

A coesão textual é um elemento essencial para a construção de textos claros e bem estruturados. No contexto da redação do ENEM, saber aplicar a coesão textual é fundamental para garantir que as ideias apresentadas sejam compreendidas pelo corretor de forma lógica e articulada. 

Neste artigo, vamos explicar o que é coesão textual, sua importância, os diferentes tipos de coesão, e ainda oferecer dicas para aplicá-la corretamente em uma redação.

O que é coesão textual?

Coesão textual é o conjunto de estratégias linguísticas utilizadas para conectar as ideias dentro de um texto, criando uma sequência lógica e fluida entre frases e parágrafos.

A coesão pode ser alcançada por meio de recursos como conjunções, pronomes, elipses, entre outros, que evitam repetições e garantem a continuidade dos pensamentos, facilitando a compreensão do leitor.

Coesão não é apenas a capacidade de ligar frases; é também a habilidade de organizar as informações para que o texto tenha clareza e coerência, ajudando o leitor a acompanhar a linha de raciocínio do autor.

Qual sua importância na construção de uma redação?

Em um texto, especialmente na redação do ENEM, a coesão é essencial para garantir a fluidez e a clareza do texto. A habilidade de conectar ideias de forma eficaz permite que o leitor compreenda o ponto de vista do autor sem se perder ou se confundir. 

A coesão textual ajuda a estruturar argumentos de forma que cada frase complemente a anterior, criando um texto articulado e persuasivo. 

Dessa forma, um bom uso da coesão contribui significativamente para a organização do texto, um dos critérios de avaliação da redação do ENEM.

Diferenças entre coesão e coerência

Embora a coesão e a coerência estejam relacionadas, esses conceitos têm diferenças importantes. A coesão refere-se aos recursos linguísticos usados para conectar as ideias no texto. 

Já a coerência está ligada ao sentido geral do texto, ou seja, à lógica e à clareza das ideias transmitidas. 

Em resumo, a coesão é uma ferramenta para garantir que o texto seja claro e fluido, enquanto a coerência assegura que as ideias façam sentido de forma global.

Tipos de coesão e suas características

Para desenvolver um texto coeso, é importante conhecer os diferentes tipos de coesão, que desempenham papéis específicos na organização do texto.

Coesão referencial

A coesão referencial utiliza pronomes e outras palavras para evitar repetições, remetendo a termos já mencionados. Por exemplo, em vez de repetir um substantivo, pode-se usar um pronome para fazer referência ao mesmo. Isso facilita a leitura e evita a repetição excessiva de palavras.

Coesão sequencial

A coesão sequencial organiza o texto com a ajuda de conectores e marcadores de sequência, como “primeiramente”, “por fim” e “além disso”. Esses elementos ajudam o leitor a seguir a progressão lógica do texto e a identificar o início, o meio e o fim dos argumentos.

Coesão lexical

A coesão lexical envolve o uso de sinônimos e palavras relacionadas para evitar a repetição de termos e enriquecer o vocabulário do texto. Isso contribui para que o texto se mantenha dinâmico e agradável, sem parecer redundante.

Coesão por elipse

A coesão por elipse ocorre quando se omitem palavras que são facilmente identificadas pelo contexto, dispensando sua repetição. Por exemplo, em vez de dizer “Ela estudou para a prova e ele também estudou para a prova”, pode-se dizer “Ela estudou para a prova e ele também”.

Coesão por substituição

Na coesão por substituição, substitui-se um termo por outro, geralmente um sinônimo ou expressão que resume a ideia anterior. Isso ajuda a evitar a repetição exata do termo, tornando o texto mais leve e fluido.

13 dicas de como manter a coesão na redação do ENEM

Para garantir que o texto seja coeso, seguem algumas dicas práticas que podem ajudar a manter a conexão entre as ideias:

  • Pense antes de agir: organize suas ideias antes de escrever, o que facilita a coesão entre os parágrafos;
  • Cuidado com as locuções: utilize expressões como “em relação a” e “devido a” para introduzir novas ideias de forma natural;
  • Use transições simples: empregue conectores como “portanto” e “assim” para ligar as ideias;
  • Desenvolva frases de tópicos e temas: inicie os parágrafos com frases que indiquem o tema que será abordado, garantindo um fluxo lógico;
  • Declaração de tese clara: defina bem seu ponto de vista no início do texto para guiar os argumentos que seguirão;
  • Fluxo lógico: apresente as ideias de maneira ordenada, facilitando a compreensão do leitor;
  • Frases de tópico: comece cada parágrafo com uma frase clara e que resuma o tema do parágrafo.
  • Ponto de vista consistente: mantenha um ponto de vista claro e evite contradições no texto;
  • Repetição com propósito: quando necessário, repita termos-chave para reforçar uma ideia, sem exageros;
  • Estrutura paralela: use estruturas paralelas para criar um ritmo fluido e agradável, como em “a ideia é clara, o argumento é forte”.
  • Clareza do pronome: certifique-se de que os pronomes remetem claramente a um antecedente, evitando ambiguidades.
  • Variedade de frases: alterne entre frases curtas e longas para criar um texto interessante.
  • Revisão de textos: revise o texto para corrigir possíveis problemas de coesão e coerência.

A coesão textual é essencial para a construção de um texto claro e articulado, especialmente na redação do ENEM. Entender e aplicar os diferentes tipos de coesão ajuda a organizar os argumentos de forma lógica, tornando o texto mais compreensível e interessante.

Para aprimorar seu desempenho na redação, pratique a aplicação dessas técnicas e reveja os exemplos sempre que necessário.

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