Patrimônio cultural: preservando identidades e conhecimento no ENEM

Escadaria Selarón, no Rio de Janeiro, patrimônio cultural brasileiro

Entenda o que é patrimônio cultural, quais seus tipos, sua importância para a sociedade e o que pode ser cobrado no ENEM.

Seja em uma festa popular, um prato típico, um centro histórico ou uma dança tradicional, o patrimônio cultural está presente no cotidiano das pessoas e é parte essencial da construção da identidade coletiva. Ele preserva histórias, memórias e modos de vida que ajudam a entender a formação da sociedade brasileira.

Esse é um tema recorrente no ENEM, tanto em Sociologia quanto em História e redações. Por isso, conhecer bem os conceitos e exemplos é um diferencial importante na hora da prova.

Continue lendo para entender os tipos de patrimônio cultural, sua importância e os principais exemplos brasileiros reconhecidos pelo Iphan e pela Unesco.

O que é patrimônio cultural?

Patrimônio cultural é o conjunto de bens, práticas, saberes, manifestações e objetos que representam a identidade e a história de um povo. Ele pode ser material, como construções e objetos, ou imaterial, como tradições, festas e expressões orais.

A noção de patrimônio cultural não está restrita a algo antigo ou “de museu”. Trata-se de tudo aquilo que carrega valor simbólico para uma sociedade e que precisa ser preservado para as futuras gerações.

Além disso, o patrimônio contribui para o sentimento de pertencimento, reforçando laços sociais e a valorização da diversidade cultural.

Como o tema do patrimônio cultural pode ser cobrado no ENEM?

No ENEM, o patrimônio cultural costuma aparecer em diferentes contextos, exigindo do estudante a habilidade de leitura crítica e interpretação sociológica e histórica. Pode surgir em:

  • questões de múltipla escolha sobre identidade cultural, preservação e políticas públicas;
  • propostas de redação ligadas à valorização da cultura nacional;
  • análise de imagens, gráficos ou trechos de textos relacionados ao tema.

É importante conhecer conceitos como cultura material e imaterial, o papel do Iphan, exemplos nacionais e os desafios enfrentados na preservação desses patrimônios, como o abandono, a descaracterização ou o turismo predatório.

Quais são os tipos de patrimônio cultural?

Patrimônio histórico imaterial

O patrimônio imaterial é composto por práticas, saberes, expressões, celebrações e tradições passadas de geração em geração. Diferente de algo que se pode tocar, esse tipo de patrimônio vive na memória coletiva e no cotidiano das pessoas.

Exemplos comuns são o frevo, o samba de roda, a roda de capoeira, o ofício das baianas do acarajé e as festas populares, como o Bumba Meu Boi. Essas manifestações não são estáticas — evoluem com o tempo, mas preservam sua essência cultural.

No Brasil, o reconhecimento do patrimônio imaterial ganhou força com o avanço das políticas culturais nas últimas décadas. O Iphan é responsável por registrar e preservar essas manifestações por meio do Livro de Registro das Formas de Expressão.

Patrimônio histórico material

Esse tipo de patrimônio refere-se a construções, obras de arte, monumentos, documentos, objetos e locais com relevância cultural e histórica. Ele é palpável, visível, e muitas vezes pode ser visitado, fotografado ou restaurado.

São exemplos: igrejas coloniais, teatros antigos, centros históricos, esculturas e edificações importantes. A preservação desse patrimônio envolve cuidados técnicos e investimento constante para garantir sua integridade.

É comum que esse tipo de patrimônio seja tombado, ou seja, protegido por lei para impedir reformas indevidas ou destruições. Muitas cidades brasileiras têm patrimônios materiais tombados pelo Iphan ou reconhecidos como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Patrimônio histórico nacional

O patrimônio histórico nacional abrange tanto os bens materiais quanto imateriais que são oficialmente reconhecidos como representativos da identidade e da história do Brasil. São aqueles considerados de valor excepcional para o país.

Essa classificação inclui desde centros urbanos históricos até expressões culturais regionais. Quando um bem é tombado em nível nacional, ele passa a ser protegido por leis federais, e sua preservação se torna responsabilidade do poder público, em parceria com a sociedade.

O reconhecimento como patrimônio nacional fortalece políticas de educação patrimonial e estimula o turismo cultural, além de contribuir para a autoestima das comunidades envolvidas.

Iphan

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão federal responsável pela preservação, proteção e valorização do patrimônio cultural brasileiro. Criado em 1937, ele atua em diversas frentes: tombamento, fiscalização, educação patrimonial e apoio técnico.

É o Iphan que define os critérios para registro de patrimônios materiais e imateriais, além de promover ações educativas e culturais voltadas à valorização da diversidade brasileira.

O papel do instituto é essencial para manter viva a memória coletiva, garantir o acesso democrático à cultura e estimular a preservação dos bens culturais em todo o território nacional.

Quais são os principais patrimônios culturais no Brasil?

Cidade histórica de Ouro Preto (MG)

Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1980. Rica em construções barrocas e igrejas do século XVIII, ela representa o auge do ciclo do ouro no Brasil colonial.

Seu centro histórico é um verdadeiro museu a céu aberto, com obras do escultor Aleijadinho e do pintor Mestre Ataíde. A cidade é símbolo da arte sacra brasileira e da resistência contra a exploração portuguesa.

Centro histórico de Olinda (PE)

Fundada no século XVI, Olinda preserva um conjunto arquitetônico colonial de grande valor histórico e artístico. Suas ladeiras, igrejas, conventos e casarios coloridos contam a história da ocupação portuguesa no Nordeste.

Além disso, a cidade é um importante centro cultural, com destaque para seu famoso carnaval e tradições populares que mesclam influências africanas, indígenas e europeias.

Foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1982.

Centro histórico de Salvador (BA)

O Pelourinho, em Salvador, é um dos conjuntos arquitetônicos mais emblemáticos do Brasil. Além de sua importância estética e histórica, é um local onde a cultura afro-brasileira pulsa com força.

Ali estão igrejas, sobrados coloniais e ruas de pedra que testemunharam o passado escravocrata e a luta por liberdade e identidade. O local é símbolo da resistência cultural e da diversidade religiosa e artística do povo baiano.

Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE)

A Praça São Francisco é considerada um dos melhores exemplos da arquitetura colonial ibérica no Brasil. Seu conjunto urbanístico, formado por igreja, convento e outros edifícios históricos, data do século XVII.

A praça foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 2010. Ela representa a herança portuguesa e o processo de formação urbana no Nordeste brasileiro.

Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ)

Localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, o Cais do Valongo foi o principal ponto de desembarque de africanos escravizados nas Américas. Estima-se que mais de um milhão de pessoas passaram por ali entre os séculos XVIII e XIX.

O local foi redescoberto durante obras do Porto Maravilha, e seu valor simbólico como local de memória da escravidão levou ao reconhecimento pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 2017.

Hoje, o Cais representa um importante espaço de reflexão sobre o racismo estrutural e a resistência da cultura afro-brasileira.

O patrimônio cultural é um espelho da sociedade e um lembrete constante da nossa diversidade. Ele conecta passado e presente, mostrando como as tradições, as festas, os saberes e os monumentos constroem a identidade coletiva do Brasil.

Entender esse tema é essencial não apenas para o ENEM, mas também para desenvolver uma visão crítica sobre a importância da preservação cultural e do respeito às diferentes expressões que formam o nosso país.

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